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Autossuficiência em alimentação animal – 5


Produção de tubérculos e raízes



Primeiramente, tendo em vista o objetivo educacional, vamos separar o que é tubérculo do que é raiz. Tubérculo é quando a planta acumula energia no caule, como as batatas inglesas e o cará, por exemplo, e raízes tuberosas, ou apenas raízes para este artigo, é quando a parte que acumula energia é a própria raiz, como as batatas doces, a cenoura e as mandiocas.


Uma característica comum às raízes e aos tubérculos é que eles servem para acumular energia para momentos de escassez, e energia para plantas significa amido. Uma excelente fonte de amido. Muito energético e de fácil digestão.


Uma ressalva antes de entrarmos nas questões de produção e fornecimento aos animais é que, iremos falar de alimento humano, diferente do milho e da soja, que são plantados quase exclusivamente para consumo animal, ou das folhas (das batatas e mandiocas) que são descartadas nas produções, as raízes e tubérculos são os produtos principais e são plantados quase que exclusivamente para o consumo humano, por isso seu preço é elevado.


E mesmo o foco sendo para auto consumo, poderá acontecer de ter uma caixa de batata doce de 20 Kg de excelente qualidade (7kg de matéria seca) e o mercado a desejar por R$ 25,00 enquanto que a com esse valor você compra cerca de 25 – 30 Kg de milho, também matéria seca. É quatro vezes mais amido.


Não se sinta culpado. Venda! E compre milho ou sorgo. O foco da auto sustentabilidade não é uma regra rígida a ser seguida, o foco é redução de custo.


Ressalva feita, eu tomo a liberdade de fazer outra ressalva. Vou incluir as abóboras aqui. Mais que lógico não serem nem raízes nem tubérculos, entretanto, possuem os mesmos valores nutricionais dos tubérculos, facilitará o entendimento. Ressalva 1 vale para ressalva 2.




Outro ponto que deve estar se perguntando é com relação à ordem, primeiro falamos das folhas e talos, depois falamos das raízes e tubérculos. É uma questão de lógica de implantação. É mais fácil e natural, introduzir as folhas em um sistema linear, sem mexer na ração balanceada e sem afetar substancialmente o pseudo equilíbrio.






Vamos fazer uma revisão:

continuo fornecendo rações e os grãos, só que agora fermentados;

incluo grãos germinados e brotos (milho hidropônico);

Até aqui não alterei os nutrientes da ração que é basicamente milho e soja, com inclusão de outros ingredientes em pequena escala. Ainda estamos fornecendo apenas grãos.

passamos a fornecer folhas verdes – fontes de vitaminas. Num sistema VERDADEIRAMENTE caipira ainda não alteramos substancialmente o que a galinha come. Aqui levamos as folhas ao galinheiro (ou chiqueiro) ao invés de levar a galinha ao pasto.

passo (5° artigo, ok?) passamos a mudar a fonte de carboidratos da alimentação animal.


Neste momento vamos fornecer carboidratos de raízes e retirar parte dos carboidratos dos grãos.


No 5° artigo ensinei como produzir batatas doces e mandiocas, para produzir abóboras, basta semear as sementes entre as linhas, uma semente a cada três ou quatro metros será suficiente. Adube bem com esterco. Caso tenha ficado na dúvida, releia o artigo N° 4.


Você pode ter uma parte da plantação para retirada das folhas de batata doce e uma parte exclusiva para retirada de batatas se achar mais conveniente. Batatas doces, mandioca e abóbora devem ser plantadas á exaustão, serão sempre bem vindas. Pois além de servirem de alimento aos animais, iremos comer e também usaremos como fonte de água para os insetos.


Para usar as raízes temos duas formas, uma delas, que prefiro e acho mais conveniente, é picar no triturador ou no facão em pedaços pequenos e colocar para fermentar junto com os grãos – não esqueça, estamos falando também das abóboras. Você pode tanto misturar com o milho/sorgo quanto fazer camadas, o processo é o mesmo da fermentação de grãos e leva o mesmo tempo. Só não deixe pedaços grandes, pois podem não fermentar e os animais, principalmente as galinhas podem não comer direito. Evite desperdício.



Outra forma, mais laboriosa, é triturar as raízes e deixar secar à sombra, em climas quentes e secos dois dias serão suficientes, em climas mais úmidos ou frios talvez precisem de mais tempo. De um dia para o outro revire para evitar a formação de fungos no fundo.


Após a secagem triture (desintegre) em peneira fina, 3 mm está ok, ficará um pó meio grosseiro. Os porcos comem bem, as galinhas nem tanto, misturar ao milho moído ou se ainda estiver dando ração pode misturar na ração. Só tenha o cuidado, pois as raízes são pobres em proteínas, portanto você irá desbalancear a ração. Caso esteja pensando em fazer isso, aguarde até o final dos artigos que trataremos desses detalhes.


Ou em nosso e-book, onde mostraremos os níveis nutricionais de cada alimento e mostraremos formas de misturar cada ingrediente entre si, elaborando várias receitas de ração.


As raízes e abóboras – reserve as sementes – são ótimos substitutos ao milho e sorgo e mesmo que você não venha a ser 100% autossuficiente considere usar esses ingredientes na alimentação das aves. É possível sem muito esforço conseguir em áreas pequenas produtividade muito superior ao milho em matéria seca.


Enquanto um plantio mecanizado de milho consegue produzir entre 10 e 12 toneladas por hectare, um plantio manual de mandioca produz acima de 60 toneladas, se desidratarmos (para comparar somente a parte nutritiva) a mandioca produz 16 toneladas por hectare. É 160 kg de mandioca seca em uma área de apenas 10x10, um quintal. Vale a pena.


Por essa semana é isso. Semana que vem tem mais novidades super nutritivas e econômicas que suas galinhas e porcos vão simplesmente adorar. Fique ligad@.




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