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Autossuficiência em alimentação animal

Autossuficiência em alimentação animal


Certamente você já ouviu dizer que o maior custo de uma produção animal é com alimentação. Se for aves ou porcos é ainda maior que animais que pastam.


Quando pesquisamos formas de redução destes custos sempre vemos sugestões como comprar ingredientes e fazer a própria mistura – o que nem sempre reduz de fato o custo. Dar sobras de comida de casa – inviável ou insuficiente para quem tem mais de duas galinhas, ou pegar sobras de alimento de supermercados e restaurantes, o que de fato ajuda em função do volume, entretanto na prática é muito laborioso e quando colocamos o custo do tempo e combustível, essa economia não fica lá tão alta. A tarefa é difícil.


Aqui na Chácara Dornas Homestead não é diferente. Nosso custo é ainda maior, pois em função do nosso modelo preciso deixar ração a disposição por vários dias, aumentando os desperdícios e os custos.


Para facilitar o planejamento e as estratégias para redução de custos com alimentação é imperativo que conheçamos o básico de nutrição animal. O foco deste artigo é galinhas e porcos, entretanto exemplificar a nutrição das galinhas é mais fácil que de porcos, portanto falarei mais das galinhas, fazendo as devidas considerações no caso dos porcos ou outros animais.


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Na natureza os animais têm ciclos de reprodução – e crescimento – de acordo com as estações do ano, isso porque a disponibilidade de alimento é sazonal e os animais selvagens que não se adequarem acabam sucumbindo. Portanto os nascimentos acabam por coincidir com a estação chuvosa, que na maior parte do mundo é a primavera.


As necessidades nutricionais dos animais se moldaram para se adequar à disponibilidade de alimento, assim, como já sabemos alguns nutrientes – os que têm mais disponibilidade – se tornaram mais necessários (em peso/percentual) assim chamamos de macro nutrientes* que são os carboidratos, as proteínas e as gorduras, e os micronutrientes que são necessários em menor volume como vitaminas, minerais e os aminoácidos – presentes nas proteínas de qualidade.


Portanto, o crescimento e reprodução são sempre no ritmo da disponibilidade de alimento – que não são fáceis de achar – assim, a galinha mais adaptada é aquela que reproduz pouco (8-10 ovos) e que cresce devagar (peso adulto com 10 – 12 meses). Se olharmos para nossas verdadeiras galinhas caipiras do século XVIII verá isso.


Essa estratégia de crescimento permite que as galinhas (e os porcos e todos os outros animais) consumam uma grande quantidade de alimento rico em energia (carboidratos e gorduras) com uma quantidade menor de proteínas e consequente aminoácidos e ainda menos minerais e vitaminas. Essa necessidade de energia é importante para a busca de mais alimento, enquanto as pequenas quantidades de micronutrientes vão sendo acumuladas, os macro nutrientes são usados para produção e energia e gastos rapidamente. Estratégia perfeita.


Porém, com a domesticação e a posterior busca por animais mais produtivos essa conta não fechava, nossos fazendeiros estavam lutando contra séculos de evolução, assim, por muito tempo a única estratégia era fornecer alimentos nos meses de escassez, o outono e inverno. Deu certo por gerações. E a cada geração nossos animais domésticos – que recebiam alimento o ano todo – começaram a se reproduzir fora das estações de reprodução, hoje nossas galinhas botam durante todo o ano (mesmo sem luz artificial), o mesmo acontece com nossos porcos, cavalos e vacas.


Como foi possível dar alimento fora da primavera? Estocando os alimentos produzidos na primavera e verão, assim os grãos começaram seu reinado de melhores alimentos para as galinhas e porcos.


O grande problema é que galinhas e porcos não evoluíram para comer grãos, ambos se adaptaram para comer insetos e plantas verdes, fontes de aminoácidos e vitaminas, respectivamente. Novamente a conta não fecha. Mas a seleção continua e temos cada vez animais mais produtivos, mais rápidos.


Na primeira metade do século XIX estávamos industrializando nossos animais, todos os dias nasciam pintinhos e leitãozinhos, todos os dias nós precisávamos de alimento cada vez mais rico e melhor balanceado, qual a única saída? A única que temos quando afrontamos a natureza com nosso ímpeto ganancioso. Sintetizar.


Tínhamos tecnologia suficiente para sintetizar os micros nutrientes que tanto precisávamos, sintetizamos vitaminas, aminoácidos e transformamos rocha em pó para fazer o que hoje chamamos de núcleo, assim, podemos usar os fracos grãos para elaborar uma ração perfeita.


Perfeita, mas cara.


Quase a metade do dinheiro levantado com a venda de animais vai para as mãos das empresas que fabricam ração. A única saída para esse alto custo é escalar a produção, aumentar tanto o volume de produção que o pífio ganho unitário possa ser compensado com o grande volume de produção, assim surgia às integradoras e seus galpões de 20 mil frangos.


Fora de questão para você que está lendo, ou sinto em dizer que este artigo possa não ser do seu agrado.


Para ser autossuficiente em alimentação animal é imperativo que núcleos e grãos percam seu protagonismo, cortar 100%? Claro que não, mas fazer uso de quantidades menores quase nulas, um reforço, não uma regra.


É preciso que seja sempre primavera – e não me refiro ao uso de irrigação. Precisamos conhecer quais alimentos que as aves – e porcos – comeriam se fossem selvagens e então fornecer.


Onívoros monogástricos (como as galinhas, porcos e nós humanos) comem de tudo, frutas, raízes e tubérculos, grãos, folhas, carnes e insetos (sim nós comemos insetos, eu já comi tenébrio, parece camarão, mas isso é para outra hora).



Está ai a resposta para uma nutrição completa e completamente produzida por nós criadores.


Ficou curioso em como fazer isso durar o ano todo sem uso abusivo de irrigação?


Acompanhe-nos nas redes sociais que falaremos de cada uma dessas possibilidades.


O próximo artigo (que também será vídeo) eu falarei de como usar os grãos da melhor forma para as aves, permitindo que elas façam uso de toda a potencialidade desse alimento de fácil produção/aquisição.


Não perca, te aguardo.


*aos alunos recomendo uma revisão no capítulo nutrição, pois certamente irá elucidar algumas dúvidas.


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